sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

carta 1

aqui me chamo josé geraldo
a dançarina & o seu menino
me chamam de geraldo o q
dá nome smo; sigo um ma-
pa desenhado numa folha de
caderno & ganho as ruas da
cidade que assumiu o meu
nome antigo; caminho sem
destino (ou com vários dentro
de mim); os cantos de pound
& os cantos de maldoror por
alguma razão ou por nenhuma
caíram em minhas mãos &
agora canto sem cantar & sem
encantar ninguém & de alguma
forma encantado por tudo o
que sinto no exato momento
do desencantamento.
aprendi a andar de bicicleta
novamente & ganhei a corrida
dos automóveis sem apostá-la
apenas indo na direção do
vento morno no verão do sul; en-
tre cafés, balas de banana & 
um cigarro esporádico; entre 
mariama [minha conterrânea]
xenia, gustavo, janine, kelly,
rita, rodrigo, paulo & santiago
tento encontrar & me encontro
aqui agora com o velho safado na
mochila & um currículo para o
ingresso transitório na existência
sem medo de morrer num desses
cruzamentos fatais com a saudade
louca de voltar & a vontade essencial
de seguir por estes caminhos que se
fazem reais à medida em que acordo 

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