quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A sua beleza

faz de cada fato manchete de jornal
para amanhã embrulhar a minha carne

de cada tarde um artefato e enterra

faz de cada gota de sangue um broxe

de cada cara que não vai um deboche

este olhar faz de conta que não viu

do crime premeditado a arma de amar
faz das palavras mais duras seu mel

de cada mentira bem sucedida glória
de cada modelito persona desejável

faz & faz de novo porque sem cessar
perco o nexo de mim através da fala

faz de mim seu escravo porque quero
ajoelhado dentro desta igreja branca

eu compus o refrão de tua  vaidade
para ser proferido três vezes agora

tua beleza é a minha única desgraça
tua beleza é a minha única desgraça
tua beleza é a minha única desgraça

29112011

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