Poeta
(será que posso lhe chamar assim como aqueles que tu enganas o chamam)?
recebi seus versos sujos que - desonesto que és - vendes aos outros
como poesia, mas que a mim jamais enganaram por justamente não passarem
de sintomas de melancolia, decadência & doença sob o manto da
erudição.
Seu poema - o qual cuja hora já previa - inspirou-me o que há muito tempo sabia que em alguma hora faria, afinal você deve ter percebido que jamais ouvi o que dizia por inteiro para não me contaminas com a pulsão de morte que você acredita ser poesia.
Poeta (poeta?) para mim você está morto a essa hora de uma madrugada gélida que sua fraca constituição não pode suportar, muito menos sua poesia - reflexo de ti - doentia.
Como retribuição a sua verborragia reprimida, que no fundo deseja jorrar sem ter a potência para tal, desejo-lhe com todo o amor do cosmos: "peçonha (a sua própria)"
PEÇONHA (A sua própria).
a bendita cobra quis me picar / com um poema fraco de doer / a erudita peçonhenta tentou me picar / pouco antes do sol declinar/ com versos fétidos & cheios de culpa /cega para o crepúsculo lá fora/ movimentou dentro de si versos mórbidos como seus últimos dentes esverdeados / com versos que se iludiram engraçados / mas que mal disfarçaram seu ressentimento & o pus encalacrado nos vãos / versos desgraçados de um coitado / transformado em cobra de recado / cobra, mas quase rato / versos podres de um corpo podre / & mole / & flácido & amarelado/ versos doentios de uma alma em decomposição / bendita cobra suas presas já caíram! / seus ataques não matam nem fazem nada viver! / seu gozo nunca é completo / saia de perto! me esqueça! retorne para seu ninho / sua ciência: decadência / sua filosofia: a morte / vá de retro! desapareça senão lhe pico no meio / bendita cobra que kiss me picar / na tocaia, no silêncio onde tramas o mal / mas andas muito devagar / com hálito podre de inveja / & com a consciência pesada de culpa / há décadas divaga achando ser poesia seus delírios misturados às técnicas & ritmos de outros criadores da verdade/ engana os tolos no caminho / que batem palma & se sacodem para adjetivar-lhe: "poeta" não sem antes entortarem os lábios para irônicos dizerem o que és para eles: um pateta! / pateta é o poeta sem sangue para escrever!/ pateta é o poeta que sem inspiração não encontra seus desejos & secreta seu veneno/ seu poema verborragia não é contra mim / é um veneno contra a humanidade/ um sintoma de uma doença cujo guizo ouço bater daqui / cobra bendita cobra / animadora dos saraus da burguesia / onde a poesia importa menos do que a marca do vinho & o sabor do queijo / cobra bendita cobra / peça dispensável dos joguetes intelectuais das classes falsamente esclarecidas do paraíso/ com a faca bem afiada / nas profundezas da sua própria escuridão cortarei-lhe a cabeça / grita! cobra moralista! / agora a cozinharei no seu próprio veneno com o fogo do inferno / até evaporar, chover & retornar ao caos eterno / maldita cobra / maldita cria de satanás! / volte para seu buraco com tudo o que de ruim me trás!
Paraisópolis, 17 de julho de 2014
Seu poema - o qual cuja hora já previa - inspirou-me o que há muito tempo sabia que em alguma hora faria, afinal você deve ter percebido que jamais ouvi o que dizia por inteiro para não me contaminas com a pulsão de morte que você acredita ser poesia.
Poeta (poeta?) para mim você está morto a essa hora de uma madrugada gélida que sua fraca constituição não pode suportar, muito menos sua poesia - reflexo de ti - doentia.
Como retribuição a sua verborragia reprimida, que no fundo deseja jorrar sem ter a potência para tal, desejo-lhe com todo o amor do cosmos: "peçonha (a sua própria)"
PEÇONHA (A sua própria).
a bendita cobra quis me picar / com um poema fraco de doer / a erudita peçonhenta tentou me picar / pouco antes do sol declinar/ com versos fétidos & cheios de culpa /cega para o crepúsculo lá fora/ movimentou dentro de si versos mórbidos como seus últimos dentes esverdeados / com versos que se iludiram engraçados / mas que mal disfarçaram seu ressentimento & o pus encalacrado nos vãos / versos desgraçados de um coitado / transformado em cobra de recado / cobra, mas quase rato / versos podres de um corpo podre / & mole / & flácido & amarelado/ versos doentios de uma alma em decomposição / bendita cobra suas presas já caíram! / seus ataques não matam nem fazem nada viver! / seu gozo nunca é completo / saia de perto! me esqueça! retorne para seu ninho / sua ciência: decadência / sua filosofia: a morte / vá de retro! desapareça senão lhe pico no meio / bendita cobra que kiss me picar / na tocaia, no silêncio onde tramas o mal / mas andas muito devagar / com hálito podre de inveja / & com a consciência pesada de culpa / há décadas divaga achando ser poesia seus delírios misturados às técnicas & ritmos de outros criadores da verdade/ engana os tolos no caminho / que batem palma & se sacodem para adjetivar-lhe: "poeta" não sem antes entortarem os lábios para irônicos dizerem o que és para eles: um pateta! / pateta é o poeta sem sangue para escrever!/ pateta é o poeta que sem inspiração não encontra seus desejos & secreta seu veneno/ seu poema verborragia não é contra mim / é um veneno contra a humanidade/ um sintoma de uma doença cujo guizo ouço bater daqui / cobra bendita cobra / animadora dos saraus da burguesia / onde a poesia importa menos do que a marca do vinho & o sabor do queijo / cobra bendita cobra / peça dispensável dos joguetes intelectuais das classes falsamente esclarecidas do paraíso/ com a faca bem afiada / nas profundezas da sua própria escuridão cortarei-lhe a cabeça / grita! cobra moralista! / agora a cozinharei no seu próprio veneno com o fogo do inferno / até evaporar, chover & retornar ao caos eterno / maldita cobra / maldita cria de satanás! / volte para seu buraco com tudo o que de ruim me trás!
Paraisópolis, 17 de julho de 2014
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